Filtro solar todos os dias
Ainda tem dúvidas sobre o uso do protetor solar? Nesta entrevista a Dra. Tatiana Biasi explica os diferentes tipos de protetor e a forma correta de usar. Confira:
Não importa a estação do ano, o filtro solar deve ser um aliado do dia a dia. Em um pequeno frasco nós encontramos a proteção fundamental para manter nossa pele longe dos efeitos nocivos dos raios ultravioleta (UVA e UVB), como queimaduras, melasma, flacidez, envelhecimento precoce e até câncer.
A dermatologista Tatiana Biasi reforça que o protetor é obrigatório. “O filtro solar deve ser aplicado na pele exposta diariamente e reaplicado a cada 2 ou 3 horas, principalmente se for composto por filtros químicos. Os filtros físicos (conhecidos como minerais), como funcionam como barreira, agem enquanto estiverem presentes sobre a pele.”
Assim como explicou Tatiana, existem dois tipos de protetor solar, o químico e o físico. Enquanto o químico possui componentes que absorvem a radiação ultravioleta e a transformam em uma energia inofensiva, o físico cria uma barreira de proteção que reflete a radiação agressiva. Este segundo é considerado ideal para crianças e pessoas alérgicas.
Como usar
Nem todo mundo sabe, mas há um jeito certo de passar o filtro solar. Em primeiro lugar, é preciso estar atento às orientações do fabricante para garantir toda a proteção que o produto oferece.
Não vale aplicar apenas em uma parte do corpo, mas sim em toda a pele, especialmente nas áreas que ficam mais expostas. Para ficar devidamente protegido, espalhe o protetor de maneira uniforme, com atenção para os cantinhos que às vezes passam despercebidos, como as pálpebras, os lábios, a nuca e as orelhas.
“Costumo indicar o uso de preferência pela manhã. E, se não houver tempo para higienizar a pele, pode reaplicar o filtro por cima”, orienta a dermatologista.
Quem costuma usar maquiagem pode ter como aliados os pancakes e os BB creams com fator de proteção solar.
Qual é o fator ideal?
Mesmo morando num dos países mais ensolarados do planeta, muitos brasileiros ainda não têm o hábito de usar o protetor solar. A exposição excessiva ao sol sem cuidado nos coloca numa posição crítica nos índices de câncer de pele.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 30% de todos os tumores malignos do Brasil estão relacionados ao câncer de pele.
Para prevenir, é fundamental escolher o fator de fotoproteção correto. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), um filtro com fator de proteção solar (FPS) de 2 a 15 tem pouco efeito contra a radiação UVB, aquela com maior grau de intensidade, que deixa a pele queimada e aumenta o risco de câncer. Já os FPS de 15 a 30 proporcionam média proteção contra UVB, enquanto os protetores com FPS 30-50 oferecem alta proteção.
O Consenso Brasileiro de Fotoproteção recomenda o uso de filtros solares com FPS de pelo menos 30 para garantir eficiência nos raios ultravioleta. Ainda, é indicado reaplicar o produto em áreas de maior exposição e procurar a ajuda de um dermatologista para identificar o fator mais adequado para o seu tipo de pele.
5 vantagens de usar o protetor solar diariamente
- Previne o câncer de pele
- Ajuda a evitar o surgimento de manchas na pele
- Protege a pele de queimaduras
- Auxilia na hidratação
- Evita o envelhecimento precoce
Crianças bem protegidas
Quando se trata dos pequenos, todo cuidado é pouco.
A farmacêutica Fabiana Deggerone, da Apex Distribuidora, afirma que as crianças devem usar proteção solar com FPS 30 já a partir dos seis meses de idade, para prevenir os danos causados pela exposição solar a longo prazo.
Estudos comprovam que os riscos de câncer de pele do tipo melanoma podem aumentar em até 75% quando a exposição solar acontece antes dos 35 anos.
As queimaduras causadas pelo sol, principalmente na primeira infância, também podem provocar câncer. Até mesmo aquele vermelhinho na pele, que parece inofensivo, já pode ser considerado uma queimadura de primeiro grau. Essas queimaduras aumentam o risco de câncer de pele na vida adulta.
Lembre-se
O uso do filtro não fica restrito somente à praia ou à piscina. Ele deve ser usado sempre que nos expormos ao sol.
Quem trabalha ou pratica esportes ao ar livre deve redobrar os cuidados.
Bronzeamento saudável
Bronzear-se ao sol é um costume que as brasileiras abraçam com prazer, porém não é a forma mais indicada, isso por causa dos danos que essa exposição provoca na pele.
Ultimamente, temos visto muitas clínicas de “bronzeamento natural”, que nada mais são do que espaços para tomar sol sem a devida proteção.
Há casos em que, inclusive, são aplicados produtos para estimular o bronzeado da pele sem protegê-la do sol. Esse tipo de prática não é indicado, pois expõe a pele à radiação solar.
Para quem não dispensa um bom bronzeado, a dica da dermatologista Tatiana é optar por caminhos saudáveis.
O uso de autobronzeadores é uma boa opção para deixar a pele bonita sem os riscos da exposição solar. Essa pode ser considerada “uma forma segura de bronzeamento”.
O único risco seria um possível episódio em pessoas com reações alérgicas aos componentes da fórmula, adverte.
Importante lembrar que esses produtos não oferecem proteção aos raios solares, por isso o filtro solar continua indispensável.
A farmacêutica Fabiana também aponta opções de produtos que colorem temporariamente a pele. Eles têm uma boa fixação e dão o efeito de bronzeado desejado.
A alimentação também pode contribuir para alcançar e manter a cor tão desejada. Tatiana aconselha o consumo de alimentos ricos em carotenoides, como mamão, abóbora e cenoura.
E, por mais prático que seja, o uso de câmaras de bronzeamento artificial, pelos riscos, esse procedimento deve ser evitado.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta que as máquinas de bronzeamento emitem uma quantidade de duas a três vezes maior do que a emitida pelo sol.
Os riscos são tantos que, desde 2009, a resolução RDC 56/09, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), proibiu no Brasil o bronzeamento artificial com finalidade estética.
A regulamentação, além do uso, abrange o aluguel, a importação, o recebimento em doação e a comercialização desses equipamentos.
Reportagem com Tatiana Basso Biasi, Médica dermatologista, publicada na revista Apex (setembro de 2019).
Clique na imagem da revista abaixo e acesse a reportagem em PDF.
Publicado em 01 setembro de 2019